A importância do Agente de Saúde no diagnóstico da doença de Parkinson (DP)

Marcus Fonseca – junho de 2023

Aqui disseminamos informação relevante sobre a DP. É importante ressaltar que não somos profissionais da área da saúde. Trata-se de um conjunto de informações obtidas pela experiência e conhecimento adquiridos ao longo de anos com a doença de Parkinson e em pesquisas na internet. Ou seja, é um texto escrito por leigos para leigos. Portanto, não utilize de forma alguma nenhuma parte do conteúdo para automedicação.

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Quem é o Agente de Saúde?

Segundo o Ministério da Saúde (https://bvsms.saude.gov.br/04-10-dia-nacional-do-agente-comunitario-de-saude-e-dos-agentes-de-combate-as-endemias/), o Agente de Saúde ou Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um dos profissionais que compõem a equipe multiprofissional nos serviços de atenção básica à saúde e desenvolve ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, tendo como foco as atividades educativas em saúde, em domicílios e coletividades. O ACS é o profissional que realiza a integração dos serviços de saúde da atenção básica com a comunidade.

Qual o papel dos Agentes de Saúde em relação ao Parkinson?

Pode ser fundamental! A proximidade desses profissionais com as pessoas das comunidades, pode contribuir para a identificação de indivíduos com sinais que possam indicar a presença da doença. Se nas visitas às famílias o Agente de Saúde suspeitar que alguém, geralmente os mais idosos, apresenta alguns (geralmente mais de dois) dos sintomas a seguir descritos, deve conversar com a equipe médica pois esse indivíduo pode ter Parkinson e não sabe. Os principais sintomas são os seguintes: depressão; perda de olfato; constipação reincidente; tremores; bradicinesia (dificuldade de iniciar um movimento e lentidão na sua execução); distonia (distúrbio de movimentos com contrações involuntárias); instabilidade postural e déficit de equilíbrio; rigidez (enrijecimento das articulações e musculatura); problemas da fala e de deglutição, dentre outros.

A seguir apresentamos algumas perguntas e repostas básicas sobre a DP que representam, na nossa opinião, o conhecimento mínimo que um Agente de Saúde deveria ter sobre essa doença para estar atento aos seus sintomas. Evidentemente que se trata de uma opinião que não esgota o assunto e que tem como objetivo contribuir para a prática do diagnóstico precoce da DP.

O que é a DP?

A DP é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e para toda a vida, cuja causa básica é pouco conhecida.

A DP tem cura?

Não!

O que causa a DP?

Já ouviu falar da dopamina? A dopamina é uma substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas A dopamina desempenha importantes funções no organismo, dentre elas a função motora, que envia mensagens do cérebro para outras partes do corpo e tem um papel importante no controle do movimento. Por algum motivo que ainda não é suficientemente conhecido, com a DP as células nervosas do cérebro que produzem dopamina morrem ou param de funcionar e com isso a produção de dopamina diminui. Sem a dopamina, os neurônios dessa parte do cérebro não podem enviar mensagens corretamente. Essas partes do cérebro são incapazes de trabalhar normalmente, fazendo com que os sintomas da DP apareçam. O nível de dopamina continua a cair ao longo dos anos, fazendo com que os sintomas se desenvolvam e piorem lentamente com o tempo.

A DP é uma doença contagiosa?

Não! Não há nenhum risco de contaminação.

A DP é uma doença hereditária?

Não, apesar de haver inúmeros casos descritos de indivíduos da mesma família. O entendimento atual é de que  a DP seja causada por uma combinação de fatores ambientais, genéticos e do envelhecimento. Indivíduos com rotinas de exposição a agentes tóxicos (defensivos agrícolas, produtos químicos etc.) e que tenham casos confirmados de DP na família estão associados a um maior risco de desenvolver a doença.  No entanto, não há consenso entre pesquisadores de que haja uma relação direta entre a genética e a DP.

O que a DP provoca nas pessoas?

A DP atinge o sistema nervoso gerando uma série de problemas motores e não-motores. O sistema nervoso é responsável pela transmissão de sinais entre as diferentes partes do corpo e pela coordenação de suas ações voluntárias e involuntárias. A doença de Parkinson é mais conhecida pelas suas alterações motoras, sendo geralmente caracterizada como um distúrbio do movimento. No entanto, além dos efeitos motores, ela está associada também a um outro conjunto de efeitos denominados comprometimentos não-motores, tais como: perda de olfato, disfagia, constipação, depressão, problemas de memória e outros sintomas.

Há tratamento para a DP?

Sim, para atenuação dos sintomas. Os medicamentos e terapias disponíveis atuam nos sintomas da doença com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Os neurologistas “customizam” a medicação para cada indivíduo, considerando que os sintomas se manifestam de forma diferente em cada um. A prática regular e orientada de exercícios é essencial.

Por que o diagnóstico é tão importante?

Muitos desses sintomas não são percebidos pelos familiares e cuidadores pelo desconhecimento da doença, o que dificulta o seu diagnóstico. Quanto mais cedo for o diagnóstico mais possibilidades de manter a doença sob controle com a terapêutica recomendada pelo neurologista.

Existe algum tipo de exame utilizado para o diagnóstico da doença?

Não isoladamente. O diagnóstico é obtido a partir dos sinais e sintomas relatados pelo paciente e observados pelo neurologista, em conjunto com uma série de testes de avaliação de rigidez, lentificação dos movimentos, tremores e aspectos posturais. São avaliadas também a perda de olfato e a constipação, sinais característicos da doença, que em muitos casos são os primeiros a se manifestar.

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