Polinização cruzada e Parkinson

Marcus C. Fonseca – junho de 2023.

Se quiser baixar este texto em pdf, clique aqui.

Na primeira quinzena de julho de 2023 acontece em Barcelona – Espanha, o 6º Congresso Mundial de Parkinson ( https://wpc2023.org ). Trata-se de fórum internacional para cientistas, pesquisadores, profissionais de saúde, pessoas com Parkinson e outros afins se reunirem sob o mesmo teto para discutir, aprender e se envolver em debates sobre as últimas descobertas científicas, cuidados médicos e abrangentes práticas relacionadas à doença de Parkinson.

Segundo o site citado, ao contrário de outros congressos científicos, o Congresso Mundial de Parkinson reúne todos os membros da comunidade de Parkinson. Como um evento inclusivo, o WPC foi fundado na crença de que tirar os líderes mundiais de seus espaços profissionais e forçar uma polinização cruzada das comunidades científica, clínica, de reabilitação e de defesa, aceleraria a descoberta de uma cura e cultivaria as melhores práticas de tratamento para esta doença devastadora.

Interessante essa metáfora da polinização cruzada. Do que se trata exatamente?

Segundo site da Embrapa ( https://www.embrapa.br/meio-norte/polinizacao ), a polinização é a transferência de grãos de pólen das anteras (local onde são produzidos os grãos de pólen) de uma flor para o estigma (parte do aparelho reprodutor feminino) da mesma flor ou de uma outra flor da mesma espécie. As anteras são os órgãos masculinos da flor e o pólen é a gameta masculino. Para que haja a formação das sementes e frutos é necessário que os grãos de pólen fecundem os óvulos existentes no aparelho reprodutor feminino da planta.

A transferência de pólen para o estigma pode ocorrer das anteras para o estigma da mesma flor ou de flor diferente, mas na mesma planta (autopolinização) ou pode ser feita de uma flor para outra em plantas diferentes (polinização cruzada). A metáfora da polinização cruzada caracteriza a importância da diversidade e da interatividade, fortalecendo a ação multidisciplinar e encorajando a criação de comunidades de prática com abordagem interdisciplinar.

Ainda sobre a abordagem do site do WPC, quer essa polinização cruzada ocorra na platéia em uma palestra científica, no palco entre os apresentadores, durante as palestras ou em uma pequena mesa redonda, a conclusão geralmente é a mesma – precisamos evoluir como pensamos quando isso trata do tratamento para Parkinson e como avançar juntos como uma comunidade para agilizar a pesquisa e nos aproximar de novos tratamentos e, finalmente, uma cura.

É gratificante constatarmos que estamos, no GEDOPA (Grupo de Estudos da Doença de Parkinson) e na ASPARMIG (Associação dos Parkinsonianos de Minas Gerais), cada um com suas missões e propósitos, up to date com o pensamento da comunidade de Parkinson em nível mundial.

 
Fontes. O presente texto contém transcrições de trechos disponíveis em:
https://www.embrapa.br/meio-norte/polinizacao    
https://wpc2023.org/